Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

17 de jul. de 2011

Polaroid

Não me encaixo em alguns dos meus retratos passados. Lembro das datas, dos dias, das pessoas, lembro do cheiro e da cor. Lembro do estalo do clique. Mas, às vezes, esqueço quem eu fui. Lembro das emoções, mas não lembro daquele meu olhar e nem do horizonte que ele vislumbrava.

4 de jul. de 2011

Pessoas Amadas

Esse negócio de querer ser amado por todo mundo é coisa de gente que não é amada pela pessoa certa.

3 de jul. de 2011

Nossa Doce Rotina



Eu digo que te amo. Você me pergunta, deitada em mim, sorrindo aquele sorriso que é só seu – e, em meus devaneios egocêntricos, também meu – por que. E são tantos os motivos que eu não sou capaz organizá-los em uma lista, como pede sua apaixonante sensatez. Ainda mais quando sou desafiado por esse tal sorriso que desarma – e, na seqüência – arma. Ainda mais quando tenho você em mim, só para mim, mais minha do que jamais alguém foi – cabelos descansando sobre o meu peito, mãos passeando pelo meu corpo, olhos vasculhando minha alma. Como raciocinar com um barulho desses? Então, para seu entretenimento, e para manter esse sorriso me olhando, vou jogando motivos no universo, sem método ou lógica. Mas, sozinho no silêncio do meu quatro, pensando em você, e nos motivos que me levam a te amar desse jeito tão puro, tão forte, tão sincero, fica muito fácil responder.


Eu te amo porque você chegou sorrateira, como quem não quer nada, mas vestida desse sorriso que é capaz de parar indústria e comércio. Te amo porque você me lê, me dá bola, me embala. Te amo porque você tem mãos lindas, cabelo brilhante, pele cheirosa. Porque você é alta, inteligente e sarcástica. Te amo porque você sabe meus truques, porque você tem olhos de jabuticaba, porque você gosta dos meus piores defeitos. Porque você é adoravelmente arrogante, porque você mexe a cabeça quando dança, porque você dorme sem meias. Porque você gosta de Pearl Jam, Ben Harper e Eric Clapton, mas também de Chico, Ivone Lara e Roberto Carlos. Porque você torce para um time que eu odeio, porque você acha que meus olhos são os mais bonitos do mundo e porque você entorta a boca de um jeito sapeca quando fala alguma coisa para me provocar. Porque você não precisa de ninguém e, ainda assim, vive rodeada por várias tribos. Porque aceitou mudar de casa para deixar que nossa história pudesse acontecer, porque você nunca teve medo de me deixar entrar, porque você considera me deixar ficar. Porque você ouve a música da vida, e é a mesma que eu ouço, e não vê outra forma de passar por aqui que não seja com ritmo. Porque você inventou a chubby dance, tem um creme para cada ocasião e lê os livros que eu recomendo. Porque você beija como ninguém, mexe no meu cabelo e faz amor olhando nos meus olhos. Porque você me coça, coloca o despertador para tocar uma hora antes do necessário só para poder me namorar enquanto eu ainda durmo, porque você toma banho de manhã e, logo depois, volta para a cama papar me beijar mais. Te amo porque você usa salto, tênis e chinelos; vestidos, bermudas e calças jeans. E porque você combina com todos esses estilos. Porque você pergunta sobre o meu pai, ri das besteiras que eu falo e gosta de ficar vendo fotos da minha infância deitada ao meu lado. Porque você quer ter uma casa de campo comigo, um lugar onde a gente possa passar a noite olhando o céu e bebendo vinho, porque você respeita minhas neuroses. Porque você gosta de alterar quimicamente a realidade das coisas, porque você adora experimentar, porque você não sabe viver sem flores. Porque você gosta de deitar e colocar minha cabeça no seu ombro, porque você acha que assim me protege, porque você sabe que eu preciso de proteção. Porque de manhã você adora iogurte, torradas e queijo branco, granola e mamão. Porque você ri quando eu vou fazer café e me sujo inteiro, porque você é charmosamente desajeitada e volta e meia escorrega no tapete da sala. Porque quando eu chego na sua casa e você está no banho você passa a mão no vidro do box para tirar a água e me ver melhor, me chama mais perto, abre a porta e me beija molhada. Porque você acha que um dia a gente pode, quem sabe, desafiar o sistema e casar. Porque pensar nisso faz seus olhos se encherem de água, porque você também sabe que normas e padrões podem nos afastar. Porque você comprou um caderninho no qual a gente escreve as besteiras que fala e porque você se diverte muito com isso. Porque você acha que a felicidade está nos detalhes, em passar uma noite comendo peixe, bebendo vinho, colando figurinhas no álbum da Copa, que você me deu de presente, e ouvindo Tom e Elis. Porque, nessa noite, colando figurinhas, ouvindo Elis e bebendo vinho, seus olhos brilharam como nunca. E então você parou tudo, colocou a mão no meu rosto, me olhou bem fundo e me beijou do jeito mais carinhoso do mundo. Porque você entende que o sentido da vida é esse: é amar, ser amada, e criar uma doce rotina. Nossa doce rotina. E que nada mais importa. Porque você sabe que nossa história pode ser precocemente interrompida, e que, mesmo assim, ela já terá valido a pena. Porque ela talvez seja, agora e para sempre, a história mais bonita das nossas vidas.


Mas, se eu tivesse que pegar um motivo apenas, eu diria que te amo porque você é a mulher com quem eu sempre sonhei, mas nunca achei, de verdade, que pudesse existir. Por isso. E também, meu amor, porque você mexe a cabeça quando dança.

Sábio Woody Allen


A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso, desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".
Não é tarefa fácil, no momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. Se for a psicologia que se almeja, pouco tempo sobrará para fazer o curso de odontologia. Não se pode ter tudo.
No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um "preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar", e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços.
Escolha... Morar em Londres ou numa chácara? Ter filhos ou não?
Posar nua ou ralar atrás de um balcão? Correr de kart ou entrar para um convento?
Fumar e beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado, viver de poesia e dormir em hotel 5 estrelas. No way.
Por isso é tão importante o auto-conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é, e é lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.
A estrada é longa e nosso tempo é curto, portanto, tenha pressa...
corra atrás de seus sonhos.

"Nós somos a soma das nossas decisões".