Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

23 de mai. de 2010

Poderia eu ter escrito isso...

"Eu não consigo ser uma coisa. Não consigo viver por algo. Tenho esse saco sem fundo onde cabe o mundo. Mas cabe tanto, tanto, que vivo vazia. Porque ainda não aprendi a me preencher.
Porque ainda ando por aí meio maravilhada e irritada, caçando meus pedaços, desejos e inspirações. Até que depois de ver um pouco de tudo e todos, eu saiba finalmente que cara e que forma tem o meu mural de recortes, a minha colcha de retalhos.
[...]
E eu não me culpo pela minha pressa em ficar. E eu não te culpo pela sua pressa em ir. É em tantas pressas contrárias que a gente se esbarra pelo mundo e se diverte um pouco."

[Tati Bernadi]
De repente um aperto no peito que não tem como explicar.
Algumas cicatrizes vão doer sempre.
E doem.
Diante de uma imagem num dia qualquer sem qualquer motivo aparente.
Dentro de um presente que não cabe essa dor antiga
Demente.

Me recolho na vontade de um abraço que me leve daqui a esquecer as horas passadas.
Ando qualquer coisa entre sem tempo e sem saco.
Inconstante como sempre, ansiosa e irritadiça como nunca.
Algumas poucas explicaçõe e alguns supostos motivos pra tanto, mas tudo devidamente engolido com farinha goela abaixo.

preciso respirar.
Há momentos em que essa ausência é como um membro amputado.
Não mais existe e, no entanto, dói.

9 de mai. de 2010

Eu preciso aprender...

...a dizer não!

O fato: Odeio quando as pessoas dizem "se você não for, não tem graça" ou "se você for eu vou" ou algo do tipo.

É que tenho uma grande dificuldade de dizer "ah não... não to afim", principalmente pras pessoas muito queridas. Acho que deve ser alguma espécie de carência sabe? Aí quando alguém solta uma dessas meu cérebro interpreta como "você é querida e necessária por isso faça jus" ou "não vá ser culpada por estragar a diversão alheia" e eu acabo dizendo "sim" mesmo quando eu não estou com vontade de fazer aquela determinada atividade. 

O ruim disso, na verdade, nem deve ser tanto o fato de eu ser muito condescendente com essas coisas mas, sim, o fato de que no final eu acabo quase sempre frustrada, porque, quase sempre, eu acabo não entrando no clima ou, quando entro, qualquer coisa mínima pode me tirar do sério e aí "adeus diversão".

Então por que é que você vai?

Aí é que está o X da questão. É que quase sempre eu fico frustrada também se eu digo "não", "hoje não dá", "hoje eu não tou afim".

Contraditório, mas é que sempre que isso acontece, fico com a sensação de estar perdendo algo grandioso, e nos relatos dos amigos as coisas sempre parecem melhores, mais divertidas, mais imperdivéis do que talvez realmente tenham sido. E eu acabo me sentindo entre deixada de lado, azarada (por perder os programas bons) e arrependida (de não ter ido porque poderia ter sido legal).

Ou seja, topando ou não esses programas, a chance de eu terminar a noite [ou o dia, ou os dois] infeliz e chateada comigo é bastante grande. Claro que isso não acontece em 100% das vezes, mas acaba sendo em uma grande quantidade delas. E isso é ruim.

E já que você sabe de tudo isso, por que não faz diferente?

Eu bem que tento... Mas sempre rola uma dúvida absurda "será que eu devo? será que não?". Daí faz um tempo que eu acabei concluindo que era melhor eu me dar uma chace de me divertir ir e ver pessoalmente se foi bom ou não, do que ficar em casa chorando as pitangas [o que só piora a situação]. Pelo menos a frustração de ter ido e ter sido uma merda é menos [beeem menos] pior que a de não ter pelo menos dado uma chace ao azar. 

Isso melhora a situação, mas no entanto não ajuda muito com o aprendizado.

O que eu preciso mesmo é aprender a dizer "não", assim, de verdade, sem ficar me infringindo dúvidas ou culpas, sem ficar pensando em agradar (pra que as pessoas prestem mais atenção em mim) ou esperando que elas façam eu me sentir mais querida [ainda quando esse pensamento é um processo inconsciente] e me divertir sempre, mesmo quando no auge do esforço pra entrar no clima e aproveitar o programa, alguém despeja um balde de água fria.

8 de mai. de 2010

... mas a vontade mesmo é de vomitar não só a comida em excesso mas também o que a anda podre aqui por dentro, até eu me sentir bem comigo de novo.

Dois lados da moeda

De repente a vida parece ter se dividido em dois.
Ambiguidade de sentimentos e emoções.
Sensações que se completam e se excluem.
Mais vivos que nunca dois extremos de mim.
Que me disputam e me consomem.
Por um lado uma profusão de novidades.
Por outro apenas a sombra de um passado tirano que se amarra em meus pés.
Sente-se. Cruze as perninhas como chinês, tá pode ser tipo borboleta dona ex-bailarina decadente. Isso, muito bem. Lembre-se de respirar. Inspire, expire, inspire, expire... não tão rápido, sinta o ar invadindo seus pulmões. Pense num campo esverdejante e ensolarado... (Não, não pense nele). Tenha força, campo, verde, passarinhos, margaridas, tulipas... (Não, chocolate não). Concentre-se. Visualize um lugar perfeito, onde você gostaria de estar... (NÃO!!! Com ele na cama não!!). Olhe o Foco! Mais uma tentativa: imagine uma cachoeira... pense na força da água... (chuveiro, ele... putz).


Sou um caso perdido.

Escrevi uma carta ontem a noite...

...em pensamento. Nela, te confessei os meus erros. E te confessei também o meu amor. Ou coisa que o valha. Porque é difícil se nomear o que não se entende. E eu não entendo o que sinto por você. Mas, a verdade é que não consigo escrever o teu nome na lista do não-querer.

♫♪ Ando por ae querendo me encontrar...

Não ando amarga.
Não ando lenta.
Não ando aleatoriamente.
Ainda assim, não me encontro.

E aqui faz frio, muito frio ...

7 de mai. de 2010

Não sei se sou boa com planos, nunca planejei. Sempre tive poucos, agora quase nem os tenho, não faço e nem penso em te-los.
(Não sei se vale a pena planejar o amanhã. Sabe? Hoje mesmo tudo pode ir pros ares)
Não planejo nada, pois o que não acontece hoje, machuca o meu amanhã.
Quando perceber já é tarde, o relógio marca meio-dia e nossos olhos meia-noite. E de meia e meia hora pensamos em como dar meia-volta. As meias encurtaram, e sem meia-culpa você se sente apenas a metade.
Vivo dizendo que tudo é psicossomático, que a gente mesmo é que fabrica as próprias doenças com os nossos pensamentos e a nossa forma de encarar os dilemas da vida. Há aquelas doencinhas oportunistas, que arrasam com a gente nos momentos mais sensíveis, em que nossa imunidade está baixa, há aquelas que a gente desenvolve porque não fala o que tem vontade, aquelas que a gente tem porque não pode sentir as coisas na hora certa e uma infinidade de outras efermidades que chegam por nossa única e exclusiva culpa.


Mas acontece que somos humanos, somos assim. Não fique se martirizando porque se não, mais uma doença é criada, só pela culpa sentida por ter criado uma doença. Outra coisa: não é só porque, de repente, as fichas caíram e você se conscientizou de que o que você tem foi criado por você, que os seus sintomas desaparecerão e você estará curado. A doença é psicossomática e não imaginária. Você cria, de verdade. Ela existe, de verdade. E curar dá um trabalhão danado.

Então, querido, muito cuidado com as doenças que você cria. Procure manter a mente no lugar, o corpo saudável, as emoções em dia e todas as áreas da vida em equilíbrio. É melhor prevenir do que remediar.