Ela faz aquela cara de interrogação e dispara: O que eu faço agora?
Fico sem saber o que dizer, até que, por fim, solto: Não faz nada.
É isso. Não faz nada (será que a resposta é pra ela ou pra mim mesma?).
Ou melhor, faz só as pequenas coisas. As mínimas, mais simples, aquelas menos pensadas. Fica cinco minutos debaixo do sol pela manhã. Toma um banho demorado. Passa o melhor hidratante. Prepara uma salada de frutas. Compra uma cerveja bem gelada. Escuta sua música preferida infinitas vezes. Dança sozinha na sala. Liga para um amigo querido. Corre no parque. Dorme a manhã inteira. Foge pra praia. Arruma a casa e limpa as gavetas. Trabalha direito. Espera o dia nascer pra depois sonhar acordada - cinco minutos tá bom, que o exagero estraga.
Somente o necessário pro dia correr, pra pulsão existir. Sem grandes decisões, a maré vai mudando. Até que te leva pra outra praia - quem sabe, dessa vez, aquela que será definitivamente a sua.
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