Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

19 de abr. de 2010

The Killers



Sempre que uma situação começa a ficar boa ou simplesmente começa, solto minhas frasezinhas bombas. Não sei se com isso quero realmente foder a minha vida ou me proteger de me foder. Acho que segundos antes de explodir tudo, penso assim: se eu falar a frase mais errada do mundo, só os realmente fortes sobreviverão. O que eu não percebo é que no começo de alguma coisa, ninguém ainda é realmente forte para agüentar minhas frasezinhas bombas.
E todo mundo, sem exceção, acaba correndo assustado. E no dia seguinte eu acordo com aquele misto de vitória com tristeza. Sozinha novamente. Como se isso fosse um prêmio mas também uma doença.


Dentre as minhas frasezinhas bombas tenho três prediletas “to morrendo de saudades de você”, “a vida sem amor é uma merda” e “você me dá pouca atenção”. Quase nunca to morrendo de saudades de alguém, não existe a menor chance de eu amar algum desses trastes que me aparecem e caguei se eles me dão ou não muita atenção. Mas ainda assim falo, ainda assim mando uma frase dessas. Só pra ter o triste prazer de ver o covarde ficando branco, escondendo os dentes, enfiando o pinto no cu. E sumindo finalmente da minha vida.


É o jeito que arrumei de me rebelar contra essa hipocrisia masculina. Eles podem dormir na casa da gente, enfiar o pauzinho no meio das pernas da gente, pedir uma torradinha com requeijão de manhã, mijar pra fora do nosso vaso, contar a vida deles e pedir mais carinho nas costas. Mas não suportam ouvir no dia seguinte um simples “gosto de você”. Covardes de merda. Odeio essa hipocrisia masculina. Se eles falam mil vezes que querem te ver é tesão e você não pode se assustar, mas se você falar uma única vez que quer vê-los, é porque você é uma mala que está “misturando sentimentos”. E eles podem se assustar. Que preguiça desse planetinha dos macacos e suas bananas.


E sigo com minhas frases matadoras. “Pensei em você hoje”; “Voltei antes pra te ver”; “Vamos nos ver hoje?”; “Vamos comigo na festa da minha amiga?”; “O que você vai fazer no feriado?”


E tenho cada dia mais nojo de como frases ditas pra ser agradável soam como um assassinato. E tenho nojo de pensar que quando você tira o controle deles, eles não sabem mais o que fazer com você. “O que eu vou fazer com uma mulher que eu já conquistei?” Que tal continuar conquistando todos os dias, seu idiota? Que tal viver uma história que passe da primeira página? Tenho cada dia mais nojo de como as pessoas se consomem e não se conhecem, não vivem nada. Não sabem nada da vida da outra a não ser o tamanho dos peitos e se o desenho dos pêlos é mais para Claudia Ohana ou bigodinho do Hitler.


Sempre lembro de uma vez que fui passar cinco dias com um namorado no alto de uma montanha e ele me apareceu com um verdadeiro “kit putaria”. Passou antes no sex shop e comprou de óleo de massagem a roupinha de enfermeira. Tenho certeza que fez isso porque pensou “que porra vou fazer com uma mulher cinco dias em cima de uma montanha a não se trepar”? Se fosse algum dos seus amiguinhos eles poderiam rir, se divertir, beber, conversar, apostar corrida, jogar videogame, brincar na piscina, fazer trilha. Mas com uma mulher? Um ser estranho chamado mulher? Que porra ele iria fazer não é mesmo?


Homens acham que a página 1 é trepar e a página 2 é casar. E como têm pavor da 2 (e quem disse que as mulheres também não têm?) acabam nunca saindo da 1. E nisso conversas incríveis, descobertas maravilhosas e histórias lindas morrem antes mesmo de nascer. Eles podem te comer mas jamais passear de mãos dadas com você.
Isso tudo me dá um bode profundo. Mas no fundo tenho mais bode é de mim. Por ter dito frases desse tipo para pessoas sem nenhuma magia, sem nenhuma poesia. E que ao invés de enxergar beleza enxergaram “carne ganha”. E no fundo eu nem sentia nada por essas pessoas, estava apenas testando a hipocrisia do mundo. Estava apenas comprovando que se tratava apenas de mais uma “carne podre”.


Acho de verdade que a puta da Glenn Close estragou a vida de algumas mulheres. Basta você dizer um inocente “você é legal” pro cara achar que você vai se mudar pra casa dele, mergulhar o poodle dele numa panela fervendo e parir trigêmeos bem no dia do futebol com os amigos. Da onde eles tiram que somos tão assustadoras? A gente só quer ter com quem rir no final do dia e ganhar alguns beijos no lugar certo. Nada muito diferente do que eles querem.


Mas cansei. Definitivamente cansei. Cansei de um mero “nossa, tava pensando em você” equivaler a um “nossa, tava pensando em você de terno e gravata no altar de uma igreja”. Já que pouca coisa assusta tanto, decidi que agora vou jogar pesado. Daqui pra frente minhas frases matadoras vão ser de “quero ter um filho seu” pra pior. Quem quiser sair comigo vai ter de ouvir “posso dormir aqui?” ou ainda “acho que posso me apaixonar por você”.


E quem sobreviver a esse verdadeiro extermínio de pretendentes, vai descobrir que eu sou só mais um ser que morre de medo do amor e da convivência. Vai descobrir que falo as frases erradas justamente pra espantar as pessoas e não ter mais trabalho. Mas de verdade (e dessa vez sem medo de assustar ninguém) adoraria encontrar alguém que resolvesse correr esse risco junto comigo.

(por Tati Bernardi)

18 de abr. de 2010

Tempos de aprendizado...

Tenho me sabido tão mais. Tenho me prestado tanta atenção. Tenho gostado da minha companhia, sabe? Pra variar. Pra variar, depois de anos e anos. Tenho mais consciência dos meus pensamentos, sentimentos e movimentos. Tenho mais consciência até da minha inércia. Sei o que me faz bonita e o que é feio em mim. Sei o que me alegra e o que me dói. E tudo me completa, me constrói, me faz maior, melhor. É um tempo de morar aqui dentro e ser um bom lugar. Pra mim.

16 de abr. de 2010


"Acredito em Deus... ele está no pôr-do-sol, nas pessoas bonitas, legais, superanimadas...''

(Cazuza)

"Quando você prometeu que aquela estrela seria para sempre minha, esqueceu de me dizer o quanto seria difícil isso. Um amor em forma de estrela. Uma estrela em forma de amor. E dois seres distantes, anos luz distantes, tão próximos, que quase podiam se tocar. Você esqueceu de me dizer o quanto isso seria difícil. Não fosse essa estrela, que todo dia brilha na minha janela, eu já teria enlouquecido."

(Be Lins)

Ela desatinou

Ela desatinou, viu chegar quarta-feira
Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando
E ela inda está sambando
Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias
Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando

Composição: Chico Buarque  
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14 de abr. de 2010

Então...

A vida ensina, sempre. Independente de idade, sempre há descobertas e surpresas para todos nós. Nem todas agradáveis.
Sofrimento, dor e choro foram companheiros inseparáveis por um tempo. Portanto, posso dizer que, além de ter sobrevivido (e de ser um pouco exagerada), aumentei muito meu estoque de sabedoria.
Claro que algumas das coisas que digo que aprendi, na realidade eu já sabia. Simplesmente não as enxergava e precisei de muita bronca, conversa e terapia pra abrir os olhos.
Parecem descobertas óbvias, e até são, mas o caminho que me fez chegar a essas conclusões, não foi nada óbvio.
Essas são só algumas dessas descobertas nas quais prometi pensar mais daqui pra frente:
- Não posso querer que as pessoas ajam como eu agiria se estivesse no lugar delas. Assim como não posso esperar que sempre aceitem ou entendam minhas ações.
- Mesmo duas pessoas se gostando muito, não significa que elas vão conseguir ficar juntas por muito tempo.
- Se eu quero, eu posso e consigo.
- Recordar nem sempre é viver, às vezes é perder tempo.
- Um sonho alcançado nem sempre será tão legal quanto imaginávamos.
- A incerteza em relação a um desejo pode nos mostrar que tal desejo nunca tenha sido uma certeza, como se pensava.
- Não posso sempre querer entender e consertar minhas relações que não dão certo. Muitas vezes não há o que fazer e preciso me conformar com isso, mesmo que me incomode muito.
- Preciso parar de buscar o perfeito, para buscar o certo.
- Posso querer falar e desabafar, mas nem sempre os destinatários estão dispostos a me ouvir. Preciso guardar minhas opiniões só pra mim e isso não pode me incomodar.
- O tempo cura quase tudo, mas pode demorar muito a passar.
- Muitas e fortes emoções podem tirar o foco de questões mais importantes da vida.
- Pessoas que não externam seus sentimentos costumam ser mais difíceis de lidar.
- Nunca vou corresponder cem por cento às expectativas dos outros, e isso não pode me fazer sofrer.
- Inovar pode causar arrependimentos, ao contrário do que se costuma pregar por aí. O que não significa que vá permanecer sempre tudo igual.
- Maturidade não é uma questão de idade.
- Preciso aprender a ouvir mais e falar menos quando estou perto de pessoas pouco conhecidas.
- Não existe beleza padrão.
- Perguntar demais pode ser “over”, pois o perguntar não garante nenhuma verdade ou nenhuma reposta.
- Preciso parar de me preocupar com os “e se...?” da vida.
- Com o tempo as pessoas mudam (às vezes para pior), e enxergar isso em vez de se prender a uma imagem errada, é um processo complicado.
- Indecisão pode representar uma enorme perda de tempo.
- Preciso delimitar meu espaço de forma radical, já que alguns não conseguem enxergar quando preciso ficar sozinha no meu canto.
- Posso e devo ouvir opiniões e conselhos, mas a palavra final sempre tem que ser a minha, mesmo indo de encontro a tudo que me foi dito.

As tuas crises...

São muito mais movimentadas que as minhas. Eu sofro pra dentro. Tu sofre pro mundo. Eu preciso dormir. Tu, acordar.

Da menina...

Ela veio andando em sua direção. Havaianas verdes, vestido colorido, cabelo combinando. Era toda dança. Se pudesse adivinhar, diria que era samba. Mas, não a conhecia mais. Não a re-conhecia mais. No meio do caminho, ela deu meia-volta. Como se perdesse a coragem ou a vontade. E ele sentiu o coração apertar pela possibilidade dela ir, sem nem chegar. Levantou de um salto, no exato momento em que ela olhou pra trás e começou a rir daquele jeito como se sentisse cócegas em todo corpo. Algumas coisas não mudam, pensaram. Os dois. Ao mesmo tempo. E, de novo, no mesmo lugar.

E continua
(só não sei quando)

autor não identificado... tu tu tu tuuuuuuu

Aproveitem os seus avós...

Sempre digo que o que mais importa nessa vida são as pessoas. É a amizade, é o amor, é o carinho... e não digo isso de forma hipócrita. Digo porque realmente não entendo uma criatura acumular fortuna se não tiver pessoas. 
Fico me perguntando: do que adiantam as conquistas se não houver com quem comemorar? E pra que tudo isso, se a vida acaba sem aviso prévio? E mesmo sabendo que todo mundo já nasce morrendo, ninguém vem com data de validade impressa na sola do pé. Deus não manda um telegrama informando: "óh, você tem até dia tal para viver."
E é sempre assim... a morte me pega de surpresa e fico me perguntando se poderia ter feito algo diferente, se poderia ter falado alguma coisa que nao falei, se faltou algum beijo, algum abraço...
Desde a primeira surpresa, quando, de uma hora para outra me vi sem o meu melhor amigo, tento viver de uma forma que não fiquem tantas pendências... incomodo para ver amigos que se distanciam, viajo para encontrá-los e com a minha família não é diferente. 
Quando a minha avó materna exijia os almoços de domingo (pontualmente ao meio dia), lá estava eu! Cheia de sono, de ressaca, não importava como...  eu ia! Ia porque eu sabia que um dia aqueles almoços iam acabar e que ela não estaria mais me chamando às 11hs da manhã para almoçar e que eu teria o resto dos meus domingos para acordar a hora que bem entendesse e o resto, podia esperar . E se hoje eu pudesse fazer um pedido com certeza seria esse: almoçar com a minha avó num domingo qualquer! Desde que ela se foi os meus domingos são só saudade.
Hoje foi a vez da minha avó paterna me pegar de surpresa. Uma linda senhora com no máximo 1,50m de altura, cabeça completamente branca! Uma figura doce que fazia questão de ter um aparador na sala de jantar com fotos de todos os netos. Uma senhora que achava um absurdo nenhum deles comer feijão todos os dias. Uma senhora que, contrariando a minha mãe, me presenteou com o primeiro tamanco de salto (aos 9 anos!!!).
Não sei se faria algo diferente se soubesse que perderia as minhas avós antes dos 30. Eu beijei, abracei, compartilhei, briguei, perdoei e fui perdoada... amei e amo demais!
Os avós são aquela pessoas que vão te mimar, te dar colo, esteio e conceder tudo o que os pais proibem. São as pessoas que aliviam os sermões, contam histórias e passam a sabedoria que só tem, quem já viveu muito.
Só tenho a agradecer por ter tido o prazer da companhia dessas lindas e maravilhosas mulheres nessa louca e grande viagem que é a vida. E se quer um conselho, aproveita os seus avós... a gente nunca sabe qual vai ser o último almoço, beijo, feijão, abraço, sapato de salto...


11 de abr. de 2010

Estado de Espírito

Vamos deixar a hipocrisia de lado. Quando você está solteira, você deseja um namorado bacanérrimo, inveja todos os casais que vê pela frente, fica com um monte de caras cheirosos, deliciosos e canalhas (na sua opinião), sai pra lá e pra cá com suas amigas malucas que obviamente te divertem e acaba (depois de quatro doses a mais) com um discurso manjado de como está difícil achar alguém legal pra dividir a vida, dividir os medos, o café da manhã, as contas e o tédio de domingo. E o blábláblá não acaba. Nós somos poderosas, evoluídas, revolucionárias, os pobres-coitados são sempre culpados. E vamos descer a lenha: tem que ser muito homem pra ficar com uma mulher como você, independente, linda, engraçada, com texto forte, personalidade e corpão. 

Mentira minha? Tire a culpa da sua bolsa, jogue em cima do rapaz, cara paleozóico, que só quer uma figura dócil para afirmar sua masculinidade, fazer bonito na frente dos outros e poder dispensar as outras lindas e interessantes que aparecerem (logicamente, depois de beijar e iludir cada uma) com a frase mais usada no mundo: "sabe o que é? Eu tenho namorada!" 


"Hã?", você pergunta incrédula. O canalha tem namorada. E você chora pelo babaca, diz que os homens são todos iguais, nunca mais vai se apaixonar de novo (mesmo que tenha um Santo Antônio escondido em casa), se embola com namoros virtuais e não entende porque só atrai gente problemática. 


Você se reconheceu em alguma palavra até aqui? Sinto dizer, é a vida. Mas como o mundo dá voltas e um dia é da caça e o outro (oba!!) do caçador, uma certa hora todo esse material maravilhoso que você é se depara com uma pessoa incrível que te faz acreditar que amor não é marketing, nem invenção de Shakespeare. E você se sente abençoada, agradece aos céus por achar um cara tão sensível e vocês vivem felizes para sempre. 


Felizes e apaixonados até constatarem o óbvio: ninguém é perfeito. Aí meu bem, começa um outro discurso. Nem melhor nem pior, mas diferente. É reclamação que não acaba, a velha saudade da vida de solteira que bate, aquele defeito charmoso dele agora faz você ficar louca. Louca, não. Louquíssima. E você sente falta de acordar sozinha, sente falta do seu espaço, sente falta das suas amigas e das noites divertidas e vazias que vocês passavam (lógico que não eram vazias, vocês tinham umas às outras!), sente falta de não ter que ligar e dar explicação de onde você estava e o pior: começa a achar graça naquele cara que você nunca achou a menor graça. Mentira minha?

Pois é. Solteiros, casados, juntados, a questão não é o estado civil, mas a sensação que volta-e-meia volta: nunca estamos satisfeitos. A vida é feita de escolhas e em cada escolha há uma perda. E perder dói. Se você se sente plenamente realizado todos os dias com alguém que você convive há muito tempo (namoros à distância e paixões tumultuadas não estão em questão), parabéns, eu não conheço ninguém igual a você.
Porque não é fácil ficar sozinho, não é fácil viver com alguém, mesmo que seja o grande amor da sua vida. Conviver é uma arte complicada. Haja tolerância, paciência e jogo de cintura para agüentar nossos defeitos e os do outro. Viver sozinho também não é mole. 


Haja sabedoria para estar só e se sentir sempre em paz. Mas como nada nunca é perfeito, penso que a única saída é aproveitar cada momento (independente do estado civil que você se encontre) e aceitar a realidade como um presente. Porque perfeito mesmo só a imperfeição. Que faz ter sentido até o que não se explica.

(Jean Cocteau)

Não acredito em Bruxas, mas...

Só à noite você vai ser capaz de entender o significado de alguns dos pressentimentos que andaram tirando a sua tranquilidade. E pode se espantar ao perceber que as coisas podem ser muito mais simples do que parecem. Basta aceitar a ideia de que existem mais coisas do que aquelas que a gente pode ver e tocar...
 
Recado dos astros para os leoninos
O excesso de imaginação pode fazer do amor um feitiço ou um mistério. Viva o que tem que viver e esqueça as explicações lógicas...
 
A semana
Com o Sol e Marte passando por signos de fogo, você vai se sentir contaminado por um entusiasmo que pode até parecer exagerado. O céu está testando a sua maturidade. No meio de tantas promessas e tantas possibilidades, você vai se sentir obrigado a se comprometer apenas com o que sabe e pode fazer.

7 de abr. de 2010

como?

É porque quando ele vem falar comigo o coração ainda palpita ... e as pernas ainda tremem. 

merda.

SE...


Se eu fosse um mês, eu seria: Fevereiro (Férias, Calor, Praia e Carnaval)
Se eu fosse um dia da semana: Sábado
Se eu fosse uma hora do dia: Entre 21:00 e 02:00 da manhã
Se eu fosse um planeta: Mercúrio - planeta que significa comunicação física e mental
Se eu fosse uma direção: Leste, rumo ao mar.
Se eu fosse um móvel: Cama
Se eu fosse um líquido: Água, transparente
Se eu fosse um pecado: Gula, por tudo nessa vida
Se eu fosse uma pedra: Rubi
Se eu fosse uma árvore: Queria ser um pitangueira, difícil de achar hoje em dia, fruto pequeno e saboroso
Se eu fosse uma fruta: Kiwi
Se eu fosse uma flor: Do campo
Se eu fosse um clima: Calor, sol e brisa bem fraquinha
Se eu fosse um instrumento musical: Bateria
Se eu fosse um elemento: Fogo
Se eu fosse uma cor: Todas as variações de azul, do mais claro ao mais intenso
Se eu fosse um bicho: Preguiça
Se eu fosse um som: Risada de criança
Se eu fosse uma música: Mar de Gente (O Rappa)
Se eu fosse um estilo musical: MPB
Se eu fosse um sentimento: Paixão
Se eu fosse um livro: Comer, Rezar e Amar
Se eu fosse uma comida: Uma massa à carbonara
Se eu fosse um lugar: Alguma praia paradisíaca
Se eu fosse um gosto: Ácido
Se eu fosse um cheiro: Chuva
Se
eu fosse uma palavra: Impulsividade
Se eu fosse um verbo: Querer
Se eu fosse um objeto: Uma caneta
Se eu fosse uma parte do corpo: Pernas
Se eu fosse uma expressão facial: Sorriso
Se eu fosse um personagem de quadrinhos: Magali
Se eu fosse um filme: A Cidade dos Anjos (sempre acreditando no impossível)
Se eu fosse uma forma: Uma seta
Se eu fosse um número: 7
Se eu fosse uma estação: Primavera
Se eu fosse uma frase: "A dor é inevitável, o sofrimento opcional" (Mario Quintana)

Acredito que as pessoas passam a vida inteira insatisfeitas com o que têm. Dificilmente alguém consegue ser feliz por completo ou dar valor aos pequenos momentos da vida, até porque as pessoas estão sempre desejando algo maior que elas.

Todos buscam a felicidade. Uns querem a qualquer preço, mesmo que isso signifique a infelicidade de alguém. Outros prefeririam não machucar ninguém, mas num mundo tão diferente do outro não se pode ser feliz o tempo todo.

Infelizmente você vai sempre ter algo que alguém quer muito, mesmo que você pense que não é nada ou ninguém, mesmo que você se contente com o que tem, mesmo que nada te incomode. Mesmo que você ache não tem nada para oferecer.

As pessoas também querem sua paz de espírito.

Lei: Eu Primeiro

A cada dia eu fico mais impressionada com a lei do eu primeiro que impera à nossa volta.
No trânsito, um carro primeiro na frente da moto, que quer ir primeiro que o caminhão, que nãoa dmite que o táxi passe no sinal à sua frente e que buzina para o pedestre que atravessa fora da faixa, apressado para chegar antes. 
Você pega um ônibus, todo mundo vai pra frente, mesmo que desça no terminal, tem que estar na porta para estar em primeiro. E na porta esperando pra descer, as pessoas te empurram, só para descer na sua frente. Na fila do banco, sempre tem um furão. Desculpas esfarrapadas até para passar na frente de quem está comprando pipoca. 
A cultura do eu primeiro enche nossas casas e nossas ruas como se isso fosse o certo. Ai eu fico, com meus fones de ouvido, com meu passo leve e minha cara de espanto vendo onde vamos parar. Quer dizer, parar não porque sempre alguém te empurra para passar primeiro. Não sei, acho que eu nasci no lugar errado.

4 de abr. de 2010

Páscoa

Morte. Renascimento.

Chega de Realidade

Acordo sem sono e com a maior disposição. Tomo café da manhã com tempo e uma infinidades de pães, queijos e sucos. Moro de frente para o mar num vilarejo italiano bem tranqüilo onde se vende frutas em todas as esquinas, mas assim que eu entro no meu Mercedes SL 5000, dirigido por Jason Lewis (meu motorista), eu chego em cinco minutos no Leblon, onde tenho um restaurante.

O "salmão da Dona Eliana" é o prato preferido de músicos e dos intelectuais, frequentadores assíduos e que me idolatram. O salão acústico que promovo todas as terças e quintas está bombando e traz, nessa semana,  Cazuza, diretamente do céu.

Atrás do meu restaurante são só escombros, o que antes era ponto de encontro dos políticos explodiu no último ataque terrorista contra as pessoas que ganham bem demais para roubar as outras e matou a maior parte deles, deixando vivos apenas os que eram honestos. 

Meu marido já trabalhou e ganhou dinheiro suficiente para ficar o dia inteiro só fazendo o que gosta. E ele gosta muito, entre outras coisas, de me comer. E me come o dia inteiro. E quando ele não me come porque precisa dormir, tomar sol ou ler algum livro budista, eu lembro que meu motorista é o Jason Lewis e fica tudo certo. Pra que me estressar?

Lolita, minha pequena dog louca, tomou uma vacina que a fará viver por mais 88 anos e todas as vezes que ela faz cocô, o cocô vira estrelinhas azuis que saem voando pela noite estrelada, e eu nunca mais precisei abaixar e catar toda aquela merda com um saquinho furado.

Tenho ao todo quatro filhos lindos, e nenhum deles nasceu de parto normal, mas também não nasceram de cesárea. Todos nasceram com 75 anjos da guarda que nunca permitem que eles batam a cabeça ou façam amizades erradas. Eles amam salada, Chico Buarque e jamais pegam gripe.

Minha bunda é redonda e dura, minha sobrancelha enorme e expressiva e quando o Jason pede dispensa para malhar ou assistir a um filme, eu vou trabalhar com o meu Mini Cooper azul, ouvindo o novo CD do Elvis, que, obviamente, não morreu.

Sinto orgasmos com uma facilidade ridícula, é encostar em mim que eu já começo a berrar. Meu ex-namorado largou a rolha de poço e resolveu viver única e exclusivamente para me idolatrar, ele tem pôsteres com o meu rosto espalhados pela casa e se arrepende diariamente de ter me enrolado tanto tempo e me perdido de vez. Ele sofre horrorosamente e nenhuma mulher do planeta me substitui, ainda mais se tiver uma bunda gigantesca e um cabelo que, se ela tivesse a coragem de soltar, assustaria até o Iluminado.

Como todos os doces e massas do planeta e meu corpo tem um incrível metabolismo que transforma tudo o que é carboidrato e gordura em proteína, e meus músculos podem ser vistos de longe quando corro de fio dental na areia fofa da praia. Aliás, minha pílula, que sofre a mesma mutação do incrível metabolismo do meu corpo, parou de me dar celulite e sim seca consideravelmente minha barriga, que ganhou um natural aspecto lipado.

As festas memoráveis na casa de Vinícius de Moraes nunca começam antes de eu chegar, meu relacionamento é aberto, mas só do meu lado, o dinheiro nunca acaba e serve tanto para eu viajar para Paris quanto para ajudar a Zâmbia. Me apaixono todos os dias mas nunca sofro, olheiras foram banidas da minha vida e meu rosto produz blush natural...


Adaptei para os meus gostos... o texto original é da Tati Bernandi, que manda muito bem!!!

Descompassada

Queria que meu pensamento tivesse a mesma vontade de silêncio que a minha voz. 
Enquanto calo, grito por dentro.

De dentro pra fora


 
 Só sei que tá tudo confuso e eu penso muito e demais.
Tô assim mexida, sentindo falta até do que tenho.
Não é um momento triste, é um momento de decisões.
Se uma lágrima cai é porque tava doendo e reconhecer isso - ao deixá-la cair - é um passo dos largos.