Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

14 de abr. de 2010

Aproveitem os seus avós...

Sempre digo que o que mais importa nessa vida são as pessoas. É a amizade, é o amor, é o carinho... e não digo isso de forma hipócrita. Digo porque realmente não entendo uma criatura acumular fortuna se não tiver pessoas. 
Fico me perguntando: do que adiantam as conquistas se não houver com quem comemorar? E pra que tudo isso, se a vida acaba sem aviso prévio? E mesmo sabendo que todo mundo já nasce morrendo, ninguém vem com data de validade impressa na sola do pé. Deus não manda um telegrama informando: "óh, você tem até dia tal para viver."
E é sempre assim... a morte me pega de surpresa e fico me perguntando se poderia ter feito algo diferente, se poderia ter falado alguma coisa que nao falei, se faltou algum beijo, algum abraço...
Desde a primeira surpresa, quando, de uma hora para outra me vi sem o meu melhor amigo, tento viver de uma forma que não fiquem tantas pendências... incomodo para ver amigos que se distanciam, viajo para encontrá-los e com a minha família não é diferente. 
Quando a minha avó materna exijia os almoços de domingo (pontualmente ao meio dia), lá estava eu! Cheia de sono, de ressaca, não importava como...  eu ia! Ia porque eu sabia que um dia aqueles almoços iam acabar e que ela não estaria mais me chamando às 11hs da manhã para almoçar e que eu teria o resto dos meus domingos para acordar a hora que bem entendesse e o resto, podia esperar . E se hoje eu pudesse fazer um pedido com certeza seria esse: almoçar com a minha avó num domingo qualquer! Desde que ela se foi os meus domingos são só saudade.
Hoje foi a vez da minha avó paterna me pegar de surpresa. Uma linda senhora com no máximo 1,50m de altura, cabeça completamente branca! Uma figura doce que fazia questão de ter um aparador na sala de jantar com fotos de todos os netos. Uma senhora que achava um absurdo nenhum deles comer feijão todos os dias. Uma senhora que, contrariando a minha mãe, me presenteou com o primeiro tamanco de salto (aos 9 anos!!!).
Não sei se faria algo diferente se soubesse que perderia as minhas avós antes dos 30. Eu beijei, abracei, compartilhei, briguei, perdoei e fui perdoada... amei e amo demais!
Os avós são aquela pessoas que vão te mimar, te dar colo, esteio e conceder tudo o que os pais proibem. São as pessoas que aliviam os sermões, contam histórias e passam a sabedoria que só tem, quem já viveu muito.
Só tenho a agradecer por ter tido o prazer da companhia dessas lindas e maravilhosas mulheres nessa louca e grande viagem que é a vida. E se quer um conselho, aproveita os seus avós... a gente nunca sabe qual vai ser o último almoço, beijo, feijão, abraço, sapato de salto...


Um comentário:

Anônimo disse...

Continua em forma!!! hehehe...

Bjos.
Rodrigo Cimirro