Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

29 de mar. de 2012

...

Paciência.

Mais paciência com as pessoas, mais tolerância com o mundo, mais calma no trânsito. Saber esperar pela hora certa, saber administrar a ansiedade, a angústia, e preencher um grande vazio com coisas belas e coloridas. Eu quero saber aguentar!

Tirar a lente cinza através da qual tenho visto as coisas, exorcizar de mim meu lado blasè. Eu quero me arriscar!

Eu quero sentir! Quero expressar! Eu quero libertar dos meus pés essas amarras imaginárias, e tirar essa máscara suprema que cobre meu rosto. Eu quero poder falhar!

Eu quero dizer que amo! Que adoro, que admiro, que gostei de estar do lado dele. Quero dizer que sofri, que me magoei, quero dizer que fiquei esperando. Quero dizer que fiquei ansiosa. Eu quero me expor!

Eu quero dizer que me importo! E que me importo muito, mais do que você ou do que ela, mais do que um tanto assim junto. Eu quero me importar cada vez mais!

Chega de fazer pose, chegar de massacrar meus sentimentos, chega de desconfiança.

Eu quero mudar!

O lago de gelo no qual me aprisionei está se quebrando, a água está escorrendo, e eu estou flutuando. Chega de achar que não mereço! Que não posso. Que não devo.

Devo, posso, QUERO!

Quero gritar pro mundo o quanto eu quero, que quero demais, que quero mais, que quero poder querer. Que quero me jogar no mar e olhar o dragão bem nos olhos, pra arrancar suas lágrimas. Eu quero chorar sem medo.

Porque QUERO! E quero demais tudo isso, tudo aquilo, bem aqui. Quero tudo junto. O veneno e o antídoto, o mal e a cura, o problema e a solução. Quero o belo e o feio, o círculo e a elipse, o branco e o preto, o grande e o minúsculo, choro e risos, umidade e aridez. Mas quero tudo. Nada menos que tudo.

Porque o que eu quero é poder ser tonta, idiota, otária, afobada, insegura, precipitada, mal-amada e até iludida. Mas o que eu quero mesmo é ser feliz.

25 de mar. de 2012

Homem que leva cadeira para praia...

Que não se faz mais homens como antigamente, todo mundo sabe. A questão é, porquê?

Em uma conversa com amigas, uma delas me saiu com uma teoria que parece bem plausível: homens não são mais homens porque são criados por mulheres!

É possível...

Antigamente os homens tinham que trabalhar desde cedo, se preocupavam com a mãe e as irmãs, sendo os "homens da casa" e na ausência do pai, eram eles que tomavam as rédeas. Em outros tempos, homens queriam ir para o exército e no exército, meu amigo, ou tu é HOMEM ou tu vai sofrer...

Hoje o que se vê é uma inversão de valores. Vemos a todo instante homens acomadados que esperam que as mulheres sejam as suas provedoras, homens que esperam que a mulheres lhes pegue em casa, homens que esperam que as mulheres paguem a conta, homens que são mimados e mal educados (no sentido de estarem tão acostumados a terem tudo nas mãos que esqueceram o se próprio papel).

E da onde saiu esses homens? Dos casamentos desfeitos, dos filhos que tiveram pais ausentes, que não se importavam em passar valores de homem aos filhos (sim, precisavam ter sido educados), por fim, homens que foram criados pelas mães e mimados pelas mesmas, tendo tudo nas mãos.

E o que as mulheres querem? Um homem como foi seu pai, como seu avô ou que seja, o homem que foi sua referência... as mulheres querem um HOMEM,  um homem que se preocupe com ela, que mostre isso em ações e não apenas em palavras, que consiga pensar sozinho nas necessidades do casal e que não precise ser cobrado por isso, que seja um provedor, um protetor, mas principalmente que carregue as coisas para praia e sente na areia, afinal, levar cadeirinha para praia... não é coisa de homem!



ps. tenho certeza que os homens que são homens, sabem do que estou falando e não se ofenderão com este texto.

19 de mar. de 2012

Guria Mimada

Habita em mim uma menina, uma menina mimada.
Uma menina que não aceita não como resposta, uma menina que perde a cabeça e fala bobagens que não são a verdade.
Essa menina com frequencia me deixa em maus lençóis, porém ela também é divertida e entende que nada dessa vida se leva... a não se o arrependimento por não ter feito algo.

14 de mar. de 2012

Engraçado…


Às vezes a gente não sabe o que quer. Às vezes o coração diz “vai”, e a cabeça “não sai daí!”.
Engraçado que às vezes a gente acha que ama. Ama, ama, aaaaaama.
Às vezes a gente acha que odeia. E às vezes é simplesmente indiferente.
Às vezes a gente se contenta com pouco. Às vezes com o que sobrou do céu. Às vezes o céu é o limite.
Às vezes o amor não deixa dormir. Às vezes o amor não deixa os vizinhos dormirem.
Às vezes a gente chora de dor. Às vezes a barriga dói de felicidade.
Às vezes a gente quer chuva, às vezes quer sol, às vezes quer que o mundo acabe, às vezes se acabar para o dia nascer feliz.
Às vezes acho que dinheiro seria a solução para todos os meus problemas.
Não costumo gostar muito das pessoas, porque elas não sabem usar o que mais me emociona nelas. Mas algumas pessoas eu amo tanto, taaaaanto, que me dói.
Às vezes acho que tristezas fazem parte da vida. Às vezes acho que dor melhora o coração.

Mas é só uma forma de consolo… Porque a única coisa que tenho certeza é que todo mundo deveria ter direito a ser feliz para sempre. Mesmo aqueles que nem amo tanto.

5 de mar. de 2012

Acredito, acredito, acredito...

É que há tanto dentro de mim que às vezes acho que vou explodir. Mas é uma explosão de coisas boas, como há muito não sentia.
As coisas têm jeito, meu povo, é só dar um empurrãozinho.
 Eu acredito em fadas, acredito, acredito.

4 de mar. de 2012

Meu coração, não sei por que...


É difícil estar tudo bem, tudo ótimo, meu coração não está acostumado a não precisar de nada, nem de ninguém. 
Ele está tão habituado ao sobe-e-desce das montanhas-russas diárias, frios na barriga constantes, preocupação, stress e o turbilhão de emoções de sempre, que viciou. 
Então mesmo quando eu não estou sentindo nada, absolutamente nada, ele jura que está lá, iuuuuupi, ladeira abaixo e aí, acelera, acelera, acelera e atrasa e acelera e atrasa... O bichinho fica totalmente sem ritmo, coitado.
É como o estômago da gente que se engana com o chiclete. Você tá lá, mastigando aquela borrachinha que não tem função alguma para o seu organismo, mas o seu estômago entende que, se tá mastigando, tá engolindo, se tá engolindo, precisa jogar lá as substâncias pra dissolver aquilo tudo. 
Só que não tem nada e ele acaba se auto-deglutindo. Além disso, eu ainda esqueço de respirar. Ó, céus.

Dei para ti


Eu já tava olhando pra ele há algum tempo. Tava secando mesmo, filmando. Quando chegou mais perto eu perguntei de supetão. Você não tem coração não? Ele olhou nos meus olhos, se demorou um pouco a responder e finalmente disse.. Só vazio.

Depois destas palavras as luzes se apagaram, todo o barulho ao redor desapareceu, entrei na minha concha e só pensava em todos os corações vazios pelos quais me apaixonei, e mais do que tudo, me lembrei daquela coisa dura, fria, amorfa e esquecida num canto e que você insistia em chamar de coração. Não, aquilo não era um coração.

Naquela época eu quase morri, lembra? Depois jurei que não queria mais, que aquilo era vício e que eu tinha que dar um basta. Disse que ia parar de vez. E parei mesmo; por mais de um ano.neca de pitibiriba.

Os meus amigos e todos aqueles que me amam me perguntavam a toda hora, E aí, nunca mais? Nunca mais, dizia eu convicta e orgulhosa.

Muitos até se admiravam com a minha coragem, outros me davam força e diziam já ter passado pelo mesmo. Diziam que no ínicio era difícil mas que depois tirava-se de letra. Diziam até que um dia eu ia olhar pra trás e achar graça disso tudo. Outros achavam que eu ia desisitir, que não resistiria por muito tempo, que mais cedo ou mais tarde eu acabaria cedendo e tudo voltaria a ser como antes.

Eu continuava incrédula, imutável, imexível..por um ano. Emagreci bastante mas confesso que naquela época eu me sentia melhor. Tinha mais energia, doente eu ficava raramente, me sentia leve e acho até que era feliz; imagine só uma coisa dessas…eu feliz!

Mas aí o tempo foi passando, eu comecei a re-pensar várias coisas, a re-avaliar as decisões que havia tomado em momentos de dor e desalento. E aí foi me dando uma saudade, uma vontade louca, uma coisa aqui dentro de mim que nem sei explicar. Só pensava naquilo, só queria aquilo. Tentei resistir, tentei não ceder, lutei com todas as minhas forças. Não queria que todo o trabalho de um ano fosse por água abaixo por causa de um momento de fraqueza.

Me lembrava constantemente da minha infância, dos almoços de domingo. Me lembrava das idas na Brasa depois Parcão, e daquela moleza que vinha depois, daquela vontade de deitar numa cama, botar o pé pra cima e ficar só assisstindo as bobagens do Faustão.

De repente escutei uma voz interromper o meu devaneio e me perguntar ..moça, moça, não tem coração mas tem picanha, posso trazer?

Pode, eu pensei, claro que pode. Que venha toda picanha, maminha, fraldinha, e alcatra que há nesse mundo. Que venha toda a carne vermelha, castigada ou não, cheia de sangue e mal passada, porque de bem passada já basta eu! Que venha tudo de bom que essa vida me reserva; afinal estou em Porto Alegre, bah!

(história de uma querida amiga gaúcha, morando temporariamente no Recife...)