Quando gostamos de alguém ou alguma coisa, nossa tendência natural é a de nos aproximarmos cada vez mais desse objeto, certo? Sempre mais um pouquinho... mais um pouquinho... mais um pouquinho... Pois bem, esse movimento de aproximação é natural, espontâneo e esperado, mas, já prestou atenção ao que acontece enquanto nos aproximamos?
Faça a experiência aí: olhe para um objeto qualquer, uma caneta, por exemplo. Vá se aproximando dela. Vá trazendo cada vez para mais perto dos olhos... O que acontece? Você, no começo, você enxerga a caneta inteira e sempre um pouco melhor, mas, a partir de um determinado momento, começa a não enxergar mais o que estava em volta da caneta, só ela, depois nem a vê mais em seu todo, começa a enxergá-la em parte, e essa parte que você vê é cada vez menor, até que vira um borrão que você não compreende e, se continuar a aproximar, machuca a vista, podendo até cegar. Não é o que acontece?
Pois então, quando nos aproximamos de um objeto qualquer, a partir de determinado momento começamos a perder a visão do todo e, quando não há mais um distanciamento crítico, nem o reconhecemos mais.
Para enxergar corretamente um objeto, precisamos respeitar essa distância mínima necessária. Mesmo que o objeto seja a pessoa amada, um projeto, nosso trabalho, um amigo, a religião, uma decisão a ser tomada.
Por isso, como tendemos a nos aproximar de tudo o que nos diz respeito, temos de tomar cuidado para não exagerar, porque, do contrário, acabamos por perder o distanciamento crítico e começar a fazer bobagens, a imaginar que nos misturamos a esses objetos cujos limites não enxergamos mais, ao ponto de confundirmos nossa própria identidade com a identidade do objeto, complicando demais, criando problemas sob uma base irreal, inviabilizando a maior parte das soluções possíveis.
Quem está distante, normalmente, além de nos ver tropeçar em nossos objetos feito patetas, ainda é capaz de enxergar nosso ambiente e perceber o quanto nossa confusão o perturba, o quanto o transformamos num circo ou num hospício.
Tropeçamos no que nos interessa por horas, dias, meses a fio, a vida inteira e, quando vemos, somos enterrados com nossos problemas e complicações: apenas objetos dos quais nos aproximamos além do que deveríamos, com os quais nos misturamos indevidamente, ao ponto de perder a percepção dos limites que os separam de nossas individualidades.
Quando passamos do ponto, começamos a não mais analisar racionalmente a pessoa, o problema, o emprego, a coisa, mas a julgá-los como partes de nós mesmos, e esse hibridismo não corresponde à realidade, não faz sentido para quem está distante e vê o quanto enlouquecemos em nosso cotidiano. Normais e insanos, passamos a ser considerados estranhos e a perder a confiabilidade.
Portanto, a melhor coisa a fazer nessa vida é manter distância suficiente de todos os objetos de nosso interesse - os amigos, amores, projetos, e tais - para não haver essa falsa fusão, nem a contaminação, confusão entre nós e eles.
Como dizem os budistas: exercitar o desapego para conhecer a Verdade e a Felicidade; tomar distância do objeto amado para eliminar a Ilusão e o Sofrimento; trocar o desejo pela observação racional e inspirada.
Faça a experiência aí: olhe para um objeto qualquer, uma caneta, por exemplo. Vá se aproximando dela. Vá trazendo cada vez para mais perto dos olhos... O que acontece? Você, no começo, você enxerga a caneta inteira e sempre um pouco melhor, mas, a partir de um determinado momento, começa a não enxergar mais o que estava em volta da caneta, só ela, depois nem a vê mais em seu todo, começa a enxergá-la em parte, e essa parte que você vê é cada vez menor, até que vira um borrão que você não compreende e, se continuar a aproximar, machuca a vista, podendo até cegar. Não é o que acontece?
Pois então, quando nos aproximamos de um objeto qualquer, a partir de determinado momento começamos a perder a visão do todo e, quando não há mais um distanciamento crítico, nem o reconhecemos mais.
Para enxergar corretamente um objeto, precisamos respeitar essa distância mínima necessária. Mesmo que o objeto seja a pessoa amada, um projeto, nosso trabalho, um amigo, a religião, uma decisão a ser tomada.
Por isso, como tendemos a nos aproximar de tudo o que nos diz respeito, temos de tomar cuidado para não exagerar, porque, do contrário, acabamos por perder o distanciamento crítico e começar a fazer bobagens, a imaginar que nos misturamos a esses objetos cujos limites não enxergamos mais, ao ponto de confundirmos nossa própria identidade com a identidade do objeto, complicando demais, criando problemas sob uma base irreal, inviabilizando a maior parte das soluções possíveis.
Quem está distante, normalmente, além de nos ver tropeçar em nossos objetos feito patetas, ainda é capaz de enxergar nosso ambiente e perceber o quanto nossa confusão o perturba, o quanto o transformamos num circo ou num hospício.
Tropeçamos no que nos interessa por horas, dias, meses a fio, a vida inteira e, quando vemos, somos enterrados com nossos problemas e complicações: apenas objetos dos quais nos aproximamos além do que deveríamos, com os quais nos misturamos indevidamente, ao ponto de perder a percepção dos limites que os separam de nossas individualidades.
Quando passamos do ponto, começamos a não mais analisar racionalmente a pessoa, o problema, o emprego, a coisa, mas a julgá-los como partes de nós mesmos, e esse hibridismo não corresponde à realidade, não faz sentido para quem está distante e vê o quanto enlouquecemos em nosso cotidiano. Normais e insanos, passamos a ser considerados estranhos e a perder a confiabilidade.
Portanto, a melhor coisa a fazer nessa vida é manter distância suficiente de todos os objetos de nosso interesse - os amigos, amores, projetos, e tais - para não haver essa falsa fusão, nem a contaminação, confusão entre nós e eles.
Como dizem os budistas: exercitar o desapego para conhecer a Verdade e a Felicidade; tomar distância do objeto amado para eliminar a Ilusão e o Sofrimento; trocar o desejo pela observação racional e inspirada.
Cláudio Rubio
Nenhum comentário:
Postar um comentário