Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

20 de mar. de 2009

Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática. Ela brinca de casinha e aprende a dar um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha que chama de filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma idéia muito clara do que vem a ser isso. Em outras palavras, ela já chega sabendo. E o que não sabe, intui. Já com os homens a historia é outra. Você já viu um menino dessa idade brincando de executivo? Já ouviu falar de algum moleque fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do Imposto de Renda? Não, nunca viram e nem verão. Porque o homem nasce, vive e morre uma existência juvenil. O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos. E aí reside a maior diferença: o que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia, é competição. É fuga. Falo sem o menor pudor. Sou direto. Sou assim. Todo homem é assim. Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui enxergar a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia. Porque toda mulher é linda. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe. É só saber olhar. Todas têm sua graça. E, embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones de cafajestismo, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim. Incautas não por serem ingênuas, mas por acreditarem. Porque toda mulher acredita firmemente na possibilidade do homem ideal. E esse é o seu único defeito."

Texto de Sérgio Gonçalves - redator da Loducca

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