Como se vai com calma com o que se sente? Com o que se quer?
Sempre que estou no que eu chamo de 'fase baixa', onde os demônios estão soltos e procurando um balcão pra sentar, algumas pessoas me falam: você precisa sentir menos.
Das primeiras vezes eu tentava de verdade, como quem prende a respiração ou faz força pra não piscar. Mas eu venho descobrindo a cada dia que essa coisa de sentir menos não existe não.
Na verdade, sentir demais é uma doença congênita e sem cura.Tem dias que o ar me dói e isso não tem muita explicação. Se tivesse um meio termo não era sentir. O tal do oito ou oitocentos tem uma conotação popular mas pra algumas pessoas é estilo de vida.
E eu venho percebendo mais essas pessoas. Elas sempre existiram mas eu achava que era só eu. Agora percebo mais a presença delas e me conforto em saber que isso é como nascer com o olho azul ou castanho. Parei de fazer força pra sentir menos porque isso seria treinar para parar de existir, no meu caso.
E daí entendo também a minha falta de interesse quase mórbida por pessoas neutras. Entendo que preciso urgentemente aprender a aceitá-las mesmo que elas mão me despertem um único comichão. Pessoas normais e regradas são estranhas demais pra mim... imagino que na mesma proporção que sou pra elas, quando chego num ambiente novo e continuo fazendo as mesmas coisas sem forçar uma atitude social.
Tem gente que não gosta e sai. Agora eu entendo um pouco. Sentir menos ou mais não se aprende, não se força... se aceita.
31 de mar. de 2009
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