Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

3 de abr. de 2009

Dá Choque!!!

Essa mereceu até ser postada durante o horário de trabalho, para não perder o timing da indignação... Minha Nossa Senhora da coca light sem gás! Smoke time no escritório. A colega de trabalho está cabisbaixa, entristecida, com aquela cara de cachorro que caiu do caminhão em dia de mudança. Entre uma tragada e outra me questiona, “psicóloga, porque é que a gente faz as coisas e depois se arrepende?”. De sopetão eu respondo que é porque não pensou direito antes de fazer. Mas depois que ela começa a contar a última do bofe com quem anda saindo, percebo que pensar não tem absolutamente nada a ver com isso. Nem de perto.
Ela conheceu o camarada num barzinho. Ficaram se olhando, e quando ela resolveu ir ao banheiro ele a interceptou no caminho. Começaram a conversar, papo vai, papo vem, uma troca de telefones, uma chamada no dia seguinte, duas ou três saídas para jantar e beber drinkezinhos básicos por esta vida de meu Deus, nada de sexo por enquanto. Super okei.

O rapazote saiu do relacionamento anterior há alguns meses. Ela, solteiríssima-da-silva-sauro há 7 anos, tava doida de saudade de gostar de alguém, e ta aí que ta gostando. Apesar de ainda não ter rolado mão-naquilo-aquilo-na-mão, a coisa anda quente através da troca de emails abastada durante o expediente – ai!, que o menino do CPD do escritório deve se divertir horrores em seus momentos de voyeurismo virtual – e noutro dia o fofo disse que adoraria passar uma noite com ela.
Mulheres, ó esfinge, decifra-me ou te devoro que são, não precisam muito mais do que isso para se enxergar esquizofrênicamente-light enamoradas por homens que nem se sabe se são bacaninhas ou canalhas-aborígenes. E ela, que não foge à regra, ousou ter a pachorra de cogitar a mais vaga idéia de convidar o primata de sexo masculino para acompanha-la a um casamento. É, casamentinho assim, petit comittè, nem era pra tantas pessoas, a família dela nem ia estar presente em massa e provavelmente ele seria apresentado apenas pelo nome, sem demais predicados do tipo, “este é fulano, meu amigo” ou “sicrano, meu namoradinho”. Numa escala de 0 a 10, apresentava risco contra a pessoa nota 5. Ponto. E pronto.
Diz ela que só percebeu a besteira que tinha cometido quando ele ficou mudo. Lê choquê tombê. Lívido. Branco. Pasmo. E disse que ia pensar. A menina ficou muda. Lê choquê tombê. Se fez de blasé. Mas não colou não.
Desde quando chamar uma pessoa para fazer companhia num casamento – desculpa, mas é sempre uma boca livre interessante – virou coisa mais íntima do que dizer que gostaria de passar a noite com ela?
Quem foi que inverteu os valores, somou o indivisível e multiplicou por zero, deu nessa subtração elevada a coeficiente negativo... E se esqueceu de avisar às mulheres?

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