Essa mereceu até ser postada durante o horário de trabalho, para não perder o timing da indignação... Minha Nossa Senhora da coca light sem gás! Smoke time no escritório. A colega de trabalho está cabisbaixa, entristecida, com aquela cara de cachorro que caiu do caminhão em dia de mudança. Entre uma tragada e outra me questiona, “psicóloga, porque é que a gente faz as coisas e depois se arrepende?”. De sopetão eu respondo que é porque não pensou direito antes de fazer. Mas depois que ela começa a contar a última do bofe com quem anda saindo, percebo que pensar não tem absolutamente nada a ver com isso. Nem de perto.
Ela conheceu o camarada num barzinho. Ficaram se olhando, e quando ela resolveu ir ao banheiro ele a interceptou no caminho. Começaram a conversar, papo vai, papo vem, uma troca de telefones, uma chamada no dia seguinte, duas ou três saídas para jantar e beber drinkezinhos básicos por esta vida de meu Deus, nada de sexo por enquanto. Super okei.
O rapazote saiu do relacionamento anterior há alguns meses. Ela, solteiríssima-da-silva-sauro há 7 anos, tava doida de saudade de gostar de alguém, e ta aí que ta gostando. Apesar de ainda não ter rolado mão-naquilo-aquilo-na-mão, a coisa anda quente através da troca de emails abastada durante o expediente – ai!, que o menino do CPD do escritório deve se divertir horrores em seus momentos de voyeurismo virtual – e noutro dia o fofo disse que adoraria passar uma noite com ela.
Mulheres, ó esfinge, decifra-me ou te devoro que são, não precisam muito mais do que isso para se enxergar esquizofrênicamente-light enamoradas por homens que nem se sabe se são bacaninhas ou canalhas-aborígenes. E ela, que não foge à regra, ousou ter a pachorra de cogitar a mais vaga idéia de convidar o primata de sexo masculino para acompanha-la a um casamento. É, casamentinho assim, petit comittè, nem era pra tantas pessoas, a família dela nem ia estar presente em massa e provavelmente ele seria apresentado apenas pelo nome, sem demais predicados do tipo, “este é fulano, meu amigo” ou “sicrano, meu namoradinho”. Numa escala de 0 a 10, apresentava risco contra a pessoa nota 5. Ponto. E pronto.
Diz ela que só percebeu a besteira que tinha cometido quando ele ficou mudo. Lê choquê tombê. Lívido. Branco. Pasmo. E disse que ia pensar. A menina ficou muda. Lê choquê tombê. Se fez de blasé. Mas não colou não.
Desde quando chamar uma pessoa para fazer companhia num casamento – desculpa, mas é sempre uma boca livre interessante – virou coisa mais íntima do que dizer que gostaria de passar a noite com ela?
Quem foi que inverteu os valores, somou o indivisível e multiplicou por zero, deu nessa subtração elevada a coeficiente negativo... E se esqueceu de avisar às mulheres?
3 de abr. de 2009
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