Roteiro Inacabado

"O que você faria se não tivesse medo?"A pergunta visitava sua mente de minuto em minuto, em uma repetição enlouquecedora. Procurava centenas de respostas, mas, no fundo, já sabia."Arriscaria para ser feliz".E foi assim que ela resolveu.

15 de out. de 2012

Onze Anos


Sempre digo que me esqueci de crescer, que parei na adolescência. Na inocência dos meus 20 anos e faz pouco tempo que me dei conta que meu mundo no dia em que me despedi de ti.
Aliás, se soubesse que era nossa despedida teria ficado mais tempo abraçada em você. Ás vezes ainda sinto seu cheiro, Azzaro – eu sei que deve ser de alguém passando na rua, mas gosto de pensar que é você.
Fiquei aqui pensando como seria se estivesse aqui. Eu acenderia um cigarro e você me xingaria, eu falaria do Grêmio e você ia estar dando risada porque hoje empatamos, exaltando o Inter e eu ia ficar muito brava. Então você começaria a rir, ia me abraçar e logo emendaríamos algum assunto banal.
 Você estaria formado. Será que seria um psiquiatra? Um neurologista? Um cirurgião plástico ou um pediatra?
Acho que encontrei a explicação por gostar tanto de Greys Anatomy, você seria o MC Dream de qualquer hospital.
Será que continuaria morando na Cidade Baixa ou teria voltado para Gravataí? Não, acho que estaria morando no Menino Deus, pertinho da Oliara. Aliás, tu seria o padrinho da Marina, com toda certeza do mundo. Assim como teria sido meu par como padrinho de casamento da Jose. Nem sei mais quem foi padrinho dela comigo. Tá rindo né?
Nesse tempo tanta coisa aconteceu que queria te contar. Conheci tantos lugares, conheci tantas pessoas. Me meti em tanta confusão. Fui feliz também, bem feliz.
Faz alguns anos eu doei os ursinhos que me deu, acho que fiz algumas crianças sorrirem. Só guardei fotos, algumas, você nunca me dava os negativos para eu copiar.

“ Luto pode ser algo que todos nós tenhamos em comum, mas ele aparece diferente em cada um. E não só ficamos de luto por morte. Também pela vida. Pela perda. Pela mudança. E quando refletimos porque é tem que ser tão ruim às vezes, porque tem que doer tanto... o que temos que manter em mente é que isso pode mudar a qualquer hora. É assim que você se mantém vivo. Quando dói a ponto de não dar pra respirar, é assim que você sobrevive. Ao se lembrar que, de alguma maneira que seria impossível, você não se sentirá assim. Não vai doer tanto. O luto chega em seu próprio tempo para todos, à sua própria maneira. Então o melhor que podemos fazer - o que qualquer de um pode fazer - é vivenciá-lo honestamente. A parte realmente chata, a pior parte do luto, é que você não consegue controlá-lo. O melhor que podemos fazer é tentar permitirmos sentí-lo quando chegar. E deixá-lo partir quando conseguirmos. A pior parte é o momento que você acha que você o superou, ele recomeça novamente. E sempre, todas as vezes, ele te deixa sem ar. Há cinco estágios de luto. Eles aparecem diferente em cada um, mas há sempre cinco. Negação. Raiva. Barganha. Depressão. Aceitação.” Greys Anatomy

São onze anos, não sei em que fase estou! O que sei é que sempre que acho algo muito engraçado,quero te contar, para rirmos até doer a barriga.

Um comentário:

KaTe Ellen disse...

Sempre doi, mas doi porque foi e é importante.
Estou ainda na negação, a perda de uma tia-quase-mae muito amada.