23 de abr. de 2009
Sol quente na cabeça
Ouvi de uma amiga que eu estou diferente. Ela vem notando isso há meses. Eu também. Nem melhor, nem pior. Diferente, disse ela agora há pouco. Eu já acho que estou mais pesada, mais séria, menos feliz. Entendam, feliz de felicidade contagiante, como sempre fui descrita. "Daquelas pessoas que entram e iluminam a sala", me confessaram ao pé do ouvido em uma ocasião. Achei tão bonito isso. Sinto falta de ser assim, de poder me sentir leve de novo. As escolhas são nossas, eu sei, e resolvi calar quando devia ter sido ouvida, aliás, respeitada. Meu espaço é um bem muito precioso, não é todo mundo que pode penetrá-lo e hoje me sinto invadida. Não é uma boa sensação. Vem agregada de angústia, culpa por não ser tão generosa quanto deveria, ou pelo menos se esperava. Junta-se à raiva e às responsabilidades que não queria ter. "Tá pintando na mistura, saliva da besta-fera", já cantou Lenine. Falta maturidade? Sim, não nego. É isso. Meu caldeirão está em ebulição e pode derramar a qualquer minuto. Não quero que essa poção se espalhe, ela precisa sair de vez, secar, virar fumaça, sei lá. Preciso ir ver o mar. Logo.
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